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  • Foto do escritorDr. Huber Vasconcelos

Alta miopia pode causar alterações na retina?


De acordo com a American Association for Pediatric Ophthalmology & Strabismus, a alta miopia ocorre quando um indivíduo tem -6 ou mais dioptrias (D) esféricas na sua refração, geralmente devido ao aumento do comprimento axial do olho, ou seja, tem mais de “6 graus de miopia”, como é popularmente falado. Segundo a OMS (que considera alta míope pessoas com -5D esféricas), a prevalência da miopia está aumentando a nível global, e a previsão é de que até 2050, a alta miopia afete 9,8% da população mundial! Mesmo quando há a correção refrativa apropriada, a miopia oferece um risco aumentado de doenças que ameaçam a visão, como: -Glaucoma: o risco de desenvolver glaucoma é quase 50% maior em pessoas com miopia moderada e alta, quando comparadas às com baixa miopia. -Catarata: as taxas mais altas de cirurgia de catarata são observadas em indivíduos com alta miopia. Além disso, o risco de sofrer um descolamento de retina é de 5 a 6 vezes maior em pessoas com alta miopia em relação àquelas com baixa


miopia. Isso porque, pessoas com alta miopia geralmente possuem olhos mais longos (alongamento axial), o que leva a maior incidência de alterações retinianas, principalmente periféricas. Um outro ponto é que os olhos míopes possuem um vítreo degenerado com maior probabilidade de colapsar e tracionar a retina ao se separar, aumentando o risco de roturas e descolamento da retina. A alta miopia também pode causar alterações na retina central, como estafiloma posterior, sangramento, atrofia coriorretiniana e outras degenerações. Com o aumento da prevalência de miopia, a deficiência visual causada pela degeneração macular miópica (maculopatia) também tende a aumentar, já que as chances desta doença também são maiores em quem é alto míope. A maculopatia miópica pode assumir a forma de alterações atróficas ou ser complicada pela formação da membrana neovascular subretiniana (MNSR). A maculopatia miópica avançada pode causar perda de visão central. Atualmente, ainda não há tratamento para a forma atrófica. A incidência de todas essas condições é maior em indivíduos com alta miopia. Por isso, é importante que esses pacientes façam o acompanhamento frequente com o oftalmologista para diagnosticar precocemente e instituir tratamento adequado, prevenindo sequelas graves quando possível.


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