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Como surgiu a terapia gĂȘnica

  • Foto do escritor: Dr. Huber Vasconcelos
    Dr. Huber Vasconcelos
  • 23 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

A terapia gĂȘnica, como jĂĄ escrevi em alguns textos por aqui, Ă© uma tĂ©cnica em que o material genĂ©tico de uma cĂ©lula Ă© modificado para tratar doenças ou alteraçÔes biolĂłgicas. Originalmente, esta modificação Ă© feita por meio da introdução de um material genĂ©tico/proteico externo para reparar, substituir, aumentar ou atĂ© mesmo inativar a função do gene a ser tratado.



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Esta tĂ©cnica teve suas primeiras evidĂȘncias cientĂ­ficas reveladas ainda nos anos 1960, por meio da observação de que o papovĂ­rus SV40 integrava-se ao genoma de uma cĂ©lula invadida e a modificava. Ou seja, parte do genoma do vĂ­rus se mantinha na nova cĂ©lula que ele havia invadido. Esta experiĂȘncia demonstrou a possibilidade de um gene ser modificado a partir de um fator exĂłgeno.


O gene pode ser inserido na célula-alvo tanto in vivo, quanto ex vivo. Na tecnica ex vivo, as células são modificadas fora do organismo e depois são reintroduzidas. Jå na in vivo, a edição e introdução do gene ocorre di


retamente no organismo. A tĂ©cnica in vivo Ă© a utilizada em tratamentos e pesquisas clinicas em terapia gĂȘnica na oftalmologia.

Com relação ao olho, o primeiro registro de transferĂȘncia genĂ©tica para fins terapĂȘuticos ocorreu em 1996 em modelos animais, quando camundongos com retinose pigmentar foram submetidos Ă  terapia. Neste teste, um adeno-associated virus (AAV) foi utilizado como vetor, sendo injetado junto com o DNA terapĂȘutico de forma sub-retiniana.

A partir de entĂŁo, a terapia gĂȘnica foi sendo estudada para tratar doenças oculares diversas, sobretudo as doenças hereditĂĄrias da retina. Os primeiros estudos clĂ­nicos em humanos deste tipo de tratamento ocorreram em 2007, para o tratamento da amaurose congĂȘnita de Leber secundĂĄria a mutaçÔes do gene RPE65.

Dez anos depois, em 2017, o Food and Drug Administration (FDA) aprovou o uso de uma medicação (voretigene neparvovec-rzyl) para ser aplicada na terapia gĂȘnica para o tratamento de uma doença hereditĂĄria retiniana. Este medicamento utiliza o vetor AAV que, quando injetado sub-retiniano, trata distrofias retinianas associadas a mutaçÔes bialĂ©licas no gene RPE65. Trata-se da primeira terapia gĂȘnica oftalmolĂłgica aprovada nos Estados Unidos.

A primeira cirurgia ocular de edição gĂȘnica ocorreu em fevereiro deste ano, no Casey Eye Institute -Oregon Health and Science University (CEI-OHSU).

Neste procedimento inĂ©dito, uma tecnologia capaz de realizar edição gĂȘnica dentro do organismo (CRISPR-Cas9) foi introduzida no espaço subretiniano com o objetivo de reparar uma mutação (variante genĂ©tica causadora de doença) especĂ­fica no gene CEP290. Esta mutação Ă© uma das responsĂĄveis por provocar a amaurose congĂȘnita Leber tipo 10, um tipo de distrofia retiniana que causa sintomas oculares diversos e cegueira.

No CEI-OHSU (Oregon-USA), hĂĄ diversos protocolos clĂ­nicos que estudam possĂ­veis tratamentos genĂ©ticos para condiçÔes oftalmolĂłgicas, alguns dos quais tambĂ©m sĂŁo conduzidos em diversos outros centros no mundo, inclusive com participação de algumas instituiçÔes no Brasil, como o Departamento de Oftalmologia e CiĂȘncias Visuais da Escola Paulista de Medicina (EPM-UNIFESP).


 
 
 
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